sexta-feira, 13 de setembro de 2013

28 DE SETEMBRO: DIA LATINO AMERICANO E CARIBENHO PELO DIREITO AO ABORTO


28 DE SETEMBRO: DIA LATINO AMERICANO E CARIBENHO PELO DIREITO AO ABORTO
SOMEMOS NOSSAS FORÇAS NAS RUAS PARA ARRANCAR ESSE DIREITO!!!

Hoje as mulheres no Brasil sofrem um terrível ataque, que se se efetivar, significa nada mais do que tortura e mais violência. O Estatuto do Nascituro, conhecido como “bolsa estupro”, é uma forma de aprisionar cada vez mais as mulheres tornando-as objetos de terceiros que podem violentá-las a qualquer custo com a conivência do Estado.  O Estatuto dá direitos e privilégios de cidadão a um óvulo fecundado e estabelece que o aborto seja criminalizado inclusive nas situações em que já é legalizado como no caso estupro e risco de vida da gestante, e na situação de feto anencéfalo, proibindo inclusive o uso da chamada “pílula do dia seguinte”. Essa brutalidade é mais uma expressão da ofensiva das bancadas evangélicas, espíritas e católicas no Congresso que cresceram em aliança com o governo Dilma, que se cala diante da morte de 200.000 mulheres por abortos clandestinos todos os anos. Não podemos permitir que o Estado, governos e Igreja decidam por nossas vidas e ainda nos obriguem a gerar um filho fruto de uma brutalidade e  a conviver e ganhar uma bolsa de seu violador.
Desde que nascemos somos bombardeadas pela sociedade de que nosso destino é a maternidade, que devemos casar e ter filhos, e se queremos exercer nossa sexualidade livremente nos violentam, discriminam e ainda nos estupram como forma de nos corrigir. E se queremos de fato ser mães, não temos as mínimas condições pois, nos é negado o direito à maternidade plena quando o Estado, governos e patrões não garantem um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade, salários e condições de trabalho dignas, nos negam o direito à licença maternidade, nos demitem antes de engravidarmos, e ainda violentam e reprimem nossos filhos nas favelas e periferias.

No Brasil à cada 9 minutos, uma mulher morre em decorrência de aborto clandestino.  Cerca de 1 milhão de mulheres realizam um aborto nessas condições, sendo essa a quarta causa de morte materna, e a primeira no índice de internações de mulheres no SUS. Isso significa que apesar de ilegal, o aborto faz parte da realidade de grande parte das mulheres, sejam elas ricas, pobres, casadas, solteiras, católicas, evangélicas, sem religião. E a maioria das mulheres que recorrem ao aborto clandestino, estão fadadas ao desespero, risco de morte, solidão e sequelas para o resto de suas vidas. Apesar da criminalização do aborto e da negação deste direito atingir todas as mulheres, são as pobres, negras, trabalhadoras, as que morrem, pois são as que não podem pagar pelo alto custo das clínicas clandestinas.

Dilma em sua campanha eleitoral se negou a defender o aborto para privilegiar a aliança com os setores mais conservadores e não deu um passo em relação a este direito nestes anos de governo. Com as jornadas de junho vimos a juventude sair as ruas e a população para reivindicar serviços básicos e elementares como saúde, transporte e educação, mas também  se levantaram contra os ataques aos LGBTTI e mulheres, como o absurdo Projeto” Cura Gay e o “Bolsa Estupro”.
As manifestações mostraram que o caminho é tomar as ruas e hoje se faz mais do que necessário retomarmos a bandeira histórica do movimento de mulheres no Brasil, a luta pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito. Temos que barrar o Estatuto do Nascituro e arrancar o direito ao aborto, pois este ataque é um passo atrás na luta pelo direito ao aborto.
Achamos fundamental a frente-única nesta luta, e para que seja concreta precisamos unir nossas forças nesse dia 28 de setembro construindo uma campanha ofensiva pelo país com atos de rua, onde todos os coletivos de mulheres, de direitos humanos, da juventude, sindicatos e entidades estudantis devem ser parte. E nos dirigimos às mulheres que se organizam em coletivos ligados ao governo, como a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), para dizer que estamos pela mais ampla frente única pelo direito ao aborto, mas o atrelamento da direção da MMM com o governo Dilma coloca um entrave pra esta luta.

Nós do grupo de mulheres Pão e Rosas, que compomos o setorial de mulheres da Conlutas, saudamos a realização do I Encontro do Movimento Mulheres em Luta (MML), do qual participaremos, pois achamos que a situação nacional coloca um momento ímpar para nos organizarmos nos locais de trabalho e estudo e construirmos um grande movimento de mulheres no país que lute por nossos direitos e contra esta sociedade de opressão e exploração. Por isso fazemos chamado ao MML, que como parte da construção do Encontro, impulsionemos uma grande campanha pelo direito ao aborto e contra o Estatuto do Nascituro nos locais de trabalho e estudo, e no dia 28/09, um grande ato de rua para retomar com força esta bandeira e arrancarmos este direito elementar.

Neste 28 de setembro gritemos em uma só voz:

Basta de mortes e violência contra as mulheres! Abaixo a Bolsa-estupro! 
Educação sexual em todos os níveis escolares!
Distribuição gratuita de todos os métodos contraceptivos de qualidade nos hospitais públicos
Pelo direito ao aborto legal, seguro, livre e gratuito realizado pelo SUS em todo o Brasil!
Pela separação da Igreja do Estado! Pela revogação do acordo Brasil-Vaticano!

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