sexta-feira, 27 de setembro de 2013

2003 - 2013: Dez anos de Pan y Rosas

Durante estes 10 anos, cruzamos com você, com sua amiga, sua cunhada, sua mãe, sua companheira de trabalho e sua noiva. Talvez tenham te falado do Pan y Rosas, te contaram quando nos conheceram em um Encontro Nacional de Mulheres. Talvez tenha vindo para uma conversa, nos visto em uma assembleia, em um corte de rua, nos conhecido na faculdade ou no trabalho. Ou tem uma amiga que te deu nosso jornal ou te entregou um panfleto de um ato, ou te deram na saída da escola, ou viu que sua companheira de trabalho tem um botton do Pan y Rosas na mochila, um adesivo no caderno. Alguém te deu ou te emprestou nossos livros, ou te fez uma cópia... Certeza que nestes 10 anos ao menos uma vez nos cruzamos e compartilhamos algo!

Tivemos uma ideia que se transformou em organização, que superou todas as nossas expectativas, que nos surpreendeu cada vez que uma trabalhadora, uma secundarista, uma estudante qualquer usa nosso logo, nossa cor, nossas canções para torná-las suas.
Construímos uma agrupação que transcendeu as fronteiras, primeiro as das cidades onde pusemos de pé o Pan y Rosas pela primeira vez, Buenos Aires, Rosario e La Plata. Depois transcendeu as fronteiras de nosso país, se mudou para o Chile, viajou para o México, foi morar no Brasil e a alguns anos decidiu que também estava no Estado Espanhol.
Nós marchamos, lutamos, cortamos ruas, fazemos piquetes de greve e damos apoio, organizamos comissões de mulheres, apoiamos as que já existem, fazemos fundos de greve, tomamos faculdades, ocupamos escolas, paramos contra o assédio sexual nas fábricas, em qualquer lugar de trabalho, apoiamos as lutas, as greve em lugares onde as mulheres são maioria, onde são minoria e onde não estão.
Escrevemos panfletos, jornais, folhetos, livros. Fazemos vídeos e peças de teatro. Tiramos fotos, documentamos as lutas de hoje e recordamos as de ontem. Debatemos ideias, refletimos, discutimos, queremos desmistificar os mitos, os preconceitos, contamos histórias de mulheres em todos os lugares onde uma mulher queira escutar, aprendemos com o passado, pensamos como deveria ser o futuro. Lutamos pelo direito ao aborto livre, seguro e gratuito. Contra a violência às mulheres. Pelos direitos das mulheres trabalhadoras. Pelo desmantelamento das redes de tráfico. Não pedimos nada a ninguém, não queremos que nos deem nada, exigimos o que nos pertence por direito.
Não confiamos em nenhum governo, nem na Igreja, nem nos patrões, seus partidos e seu Estado.
Somos trabalhadoras, estudantes, jovens, velhas, meninas, não tão jovens, donas de casa, professoras, desempregadas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, mães, filhas, esposas, irmãs, noivas. somos você, nós, elas.
Somos Pan y Rosas.

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