quinta-feira, 14 de abril de 2011

GREVE TERCEIRIZADAS USP: Hoje Rodas vai dormir com medo do que aconteceu na Ciências Sociais

por Alexandre Guimarães
estudante de Ciências Sociais - USP

O conflito aberto de terceirizados contra a Reitoria tem sido um período muito intenso de reflexão e ação política. Desde o começo, nós, estudantes militantes da juventude da LER-QI temos nos impactado com a combatividade e o espírito guerreiro dos trabalhadores terceirizados que - demitidos e sem salário - lutam sem ter nada a perder. Arrepia lembrar todos os atos que estamos fazendo e a perspectiva de fazer ainda mais.

Irritados com a velha dinamica do movimento estudantil, que pensa apenas em seu umbigo, sem olhar com seriedade para as companheiras e companheiros que trabalham num regime de escravidão - mesmo quando estes levantam a cabeça e dizem basta - construimos junto com essas valiosas combatentes a aliança que pode dar um fim a Reitoria e às empresas terceirizadas que reprimem trabalhadores, estudantes e professores, exploram e humilham nossos companheiros.

Hoje Rodas vai dormir com medo do que ouviu falar: trabalhadores terceirizados pararam o curso de ciências sociais para falar sobre suas condições de trabalho e de como admiram os "verdadeiros profissionais" que são os estudantes que lutam ao lado dos trabalhadores. Nos orgulha muito estar ao lado destes companheiros e de todos os terceirizados do país e do mundo. Chamamos todos os estudantes a nos acompanhar, travando esta luta que pode ser um exemplo para a defesa da educação, mas ainda mais do que isso, para luta contra a escravização em roupagem de terceirização.

Nas palavras de uma companheira, "assim como acabou a escravidão, tem que acabar a terceirização". Lutaremos inconciliávelmente pelo imediato pagamento de todos os terceirizados e estaremos a postos, com todos que tiverem disposição, para continuar a dedicar suor e sangue pela incorporação de todos os terceirizados, sem necessidade de concurso público, sabendo que a precarização do trabalho é umas das bases fundamentais do governo Dilma, e que se vencemos na USP, contagiamos os trabalhadores de todo país.

Sigamos o exemplo de Marília que em 2010 ocupou sua direção e solidariedade aos trabalhadores da USP, conquistando ainda, que o bandejão que obtiveram com uma greve fosse estruturado com trabalho efetivo; e dos estudantes da História USP (noturno) que paralisam agora seu curso em aliança aos trabalhadores terceirizados.



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