quinta-feira, 22 de julho de 2010

Exitosa apresentação do livro Pão e Rosas em sua 4ª edição, desta vez no México

México, DF. 17 de julho. Pan y Rosas - México

Com o êxito da apresentação e participação especial da escritora, feminista e lutadora social, Francesca Gargallo, e quase uma centena de assistentes na Casa de Cultura “Casa de Ondas”, realizou-se a apresentação do livro Pão e Rosas: Identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo, de Andrea D'Atri. Uma publicação em sua edição mexicana por “Armas da Crítica”.

O evento começou com imagens das atividades que realizamos como Pão e Rosas no México desde a formação da agrupação no início deste ano. Posteriormente mostramos um vídeo no qual a companheira Andrea D'Atri é entrevistada por distintas mídias na Argentina a respeito da opinião do Pão e Rosas sobre a nova legislação que permite o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Então explicamos que neste momento a autora, junto às companheiras do PeR, se encontrava numa intensa campanha por plenos direitos para o movimento LGTTTI. Mais adiante, uma intervenção de um companheiro do público afirmou que foi o Pão e Rosas Argentina a primeira organização a chegar ao congresso, encabeçando a defesa do direito ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Assim demos início a apresentação, com a participação de Jimena Mendoza, dirigente da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo, coordenadora da Cátedra Marxista Karl Marx e coordenadora da Editora Armas da Crítica.

Jimena falou da importância de fazer um trabalho paciente e persistente de difundir no México o marxismo como teoria crítica da sociedade, da importância de armar-se de uma teoria capaz de questionar as bases estruturais da sociedade capitalista, sobre o entendimento profundo do social. O questionamento da propriedade privada, do Estado, da exploração, da família, da igreja, das relações sociais é o patrimônio do marxismo e, através dele, se faz imprescindível recuperar seu legado usando “as armas da crítica” para combater os fantasmas que colaboram com a sustentação da exploração e dominação atual.

Mais adiante explicou que na palavra “abolir” se sintetiza o segundo objetivo do projeto editorial “Armas da Crítica”, pois é também um projeto militante de difusão para que as novas gerações encontrem na história e fundamentos do marxismo revolucionário um guia para a ação que recupere a necessidade de abolir – acabar radicalmente – com este sistema de exploração e miséria. Por isso, disse “nos orgulha iniciar este trabalho editorial com a publicação do Pão e Rosas, um livro que, sem o subsídio das grandes multinacionais da indústria editorial aos governos e aos fideicomisos, se esgotou em sua edição argentina, venezuelana e brasileira e que hoje, no México, tem encontrado grande recepção.” Além disso, demonstrou sua alegria ao saber que em vários países a versão digitalizada na internet ou as edições impressas do livro são utilizadas por muitas jovens companheiras que se aproximam do feminismo utilizando como parte da formação básica.

Logo inspirou a participação de Francesca Gargallo, feminista ativa de esquerda, com grande reconhecimento no México, escritora que já deixou um legado com suas elaborações políticas, filosóficas e literárias. Uma companheira de luta que participou junto às Feministas em Resistência da luta contra o golpe militar em Honduras.

Francesca fez uma introdução emocionada sobre sua aproximação com a agrupação Pão e Rosas durante o golpe militar, explicando que a semelhança que levou a nos encontrarmos na luta foi o fato de termos a mesma perspectiva feminista internacionalista. Durante o golpe de estado, o Pão e Rosas enviou uma correspondente em Honduras para documentar a participação das mulheres e das feministas em resistência neste país.

Posteriormente, explicou a importância de contar com um livro que oferece um resumo histórico, como o faz o livro Pão e Rosas, mostrando as contribuições das mulheres nas lutas no decorrer da história, sua participação no âmbito feminista e na luta por suas demandas. E neste marco, a importância de oferecer novas alternativas de formação para as novas companheiras que se aproximam da luta. Embora, explica ela, Andréa D’Atri não seja uma escritora profissional, procura apresentar o conteúdo de forma agradável, analisando como o ataque à mulher foi mais gritante sob o capitalismo, diante do qual sem dúvida não deixa de haver lutas, pelo contrário, as mulheres continuam sendo o indício de resistência e organização, como mostraram em Honduras.
Por último, tivemos a participação de Sandra Romero, por parte do Pão e Rosas, que destacou a importância desta publicação que tem um objetivo militante para nossa organização: Transmitir a vontade das muitas mulheres que ao longo da história deixaram lições de luta e organização, ainda mais no caminho que nos propusemos em nosso país de formar um movimento de mulheres em defesa de nossos direitos e contra o ataque que se aprofunda contra a mulher a partir da crise econômica internacional. Situação que traz à tona a discussão sobre como alcançamos o caminho pela liberação definitiva da mulher, muito ligado à luta pela emancipação da humanidade; caminho que, para nós, está estreitamente ligado à luta de classes.

Também salientou a necessidade de que em nosso país se faça uma continuidade entre a grande produção teórica do feminismo nas últimas décadas e as necessidades de organização e protesto contra a opressão e exploração em nosso país, no marco de uma perigosa aliança reacionária entre a Igreja e o Estado, que penalizou o aborto em 22 estados do país. Por isso que o livro Pão e Rosas deve servir como ferramenta de formação nessa perspectiva.

Assim, abrimos à participação do público, concorrido por muitas jovens e companheiros de diferentes áreas, que compartilharam suas dúvidas e reflexões por 30 minutos, mas que se converteu num agradável bate-papo sobre as perspectivas do movimento feminista em nosso país e as necessidades de luta para as mulheres, assim como a necessidade de dar peso a esta e outras leituras que nos levem à novas conclusões.

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