quinta-feira, 4 de março de 2010

Em Campinas gritamos pelo povo haitiano e contra as tropas de Lula, da ONU e dos Estados Unidos. Fora imperialismo da América Latina!

As pessoas que passavam pelo largo da Catedral de Campinas no último dia 03, em sua maioria trabalhadores e estudantes voltando a suas casas, se depararam com um grupo de cerca de 100 pessoas, com faixas, panfletos e carro de som, denunciando o papel nefasto que cumprem as tropas militares do Brasil, dos EUA e da ONU em sua suposta missão de “paz” no Haiti, onde são responsáveis por reprimir a população e abusar de mulheres e crianças.

Enquanto a Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, estava no Brasil discutindo com o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, uma intervenção articulada entre o governo americano e o brasileiro na América Latina, inclusive em relação à ocupação militar do Haiti, em Campinas trabalhadores e estudantes gritavam: Fora ianques! Fora ianques!Haitianos adiante!


O Pão e Rosas, junto ao CACH da Unicamp, o grêmio da ETECAP, o Sindicato dos Químicos de Campinas, o DCE da Unicamp, o MTST, o Movimento a Plenos Pulmões, e organizações de esquerda como PSOL, PSTU e a LER-QI, organizados em um Comitê de Solidariedade ao povo haitiano e contra as tropas militares do Brasil, dos EUA e da ONU, realizaram um ato no centro da cidade, que tinha por objetivo manifestar nossa solidariedade aos haitianos, e principalmente, manifestar nosso repúdio a esta ocupação, encabeçada pelas tropas brasileiras de Lula.

Consideramos muito importante o exemplo de Campinas de como, nesse momento, é fundamental que todas as organizações de esquerda tomem em suas mãos esta luta internacionalista. Após o terremoto no Haiti, a situação miserável da população foi exposta à exaustão na mídia brasileira, e isso gerou um sentimento de compaixão e solidariedade em muitas pessoas. Mas é preciso entender que não basta uma solidariedade em abstrato. Os trabalhadores haitianos não estão nessas condições devido a uma tragédia, mas devido aos anos de exploração e dominação imperialista; é preciso entender que o povo no Haiti não precisa de compaixão, mas de liberdade e condições para se auto-organizarem e decidirem os rumos da reconstrução de seu próprio país.
Durante o ato, o Pão e Rosas se destacou por ressaltar a situação e o papel que cumprem as mulheres no Haiti, tomando para si as tarefas mais elementares de sobrevivência da população, como garantir alimentação, trato dos doentes e das crianças, e ainda sofrendo abusos e estupros. Além disso, repudiamos a presença de Hillary Clinton no Brasil, uma mulher no poder a serviço do imperialismo, da exploração e da opressão, que embora seja mulher, não representa em nada a luta das mulheres, muito pelo contrário, uma vez que a condução política imperialista de seu país (e o papel que ela ocupa nisso) só condiciona as bases para manter um sistema em que as mulheres continuam oprimidas e exploradas.

Este ato foi mais um passo numa campanha que não se encerra agora, muito pelo contrário, deve continuar e crescer, até que seja garantido ao Haiti seu direito básico à auto-determinação e organização, até que não haja mais trabalhadores assassinados por soldados, e até que não haja mais abusos e violência contra nossas irmãs haitianas.

Fora as tropas brasileiras de Lula do Haiti!
Fora as tropas da ONU e dos EUA!
Que a ajuda humanitária saia dos lucros das multinacionais!
Hillary Clinton é o imperialismo com rosto de mulher!
Fora o imperialismo da América Latina e do Caribe!

Nenhum comentário: